O Governo do Estado apresentou nesta quarta-feira, 07 de agosto, dia em que é comemorado o aniversário jurídico do Estado do Rio Grande do Norte e o chantamento do Marco de Touros, a versão original, recuperada, do Brasão de Armas do Estado. O brasão foi recuperado pelo Instituto Histórico e Geográfico (IHGRN) em parceria com a Fundação José Augusto.
O brasão original foi criado pelo cantor lírico e artista gráfico Corbiniano Villaça (1873 – 1967), paraense que estudou pintura em Paris. A arte foi oficializada pelo então governador Alberto Maranhão em 1909 (gestão 1908-1913) através do Decreto Nº 201, de 1º de julho de 1909.
O desenho original estava desaparecido mas foi encontrado em 2016no processo de reforma dos arquivos do IHGRN. A arte foi recuperada e agora volta a ser incorporada como símbolo do Rio Grande do Norte.
A governadora Fátima Bezerra, professora por profissão, considerou o resgate do brasão original “um grande simbolismo para o Estado por que preservaremos a imagem nos documentos oficiais e ao mesmo tempo estaremos celebrando a nossa memória cultural. É um símbolo da nossa terra, do nosso trabalho, da nossa gente. Olhando para ele nos vemos representados por que conta quem somos, o que temos e do que vivemos”, afirmou.
Fátima ainda registrou que“como indivíduos dependemos da memória para acumular experiência e melhorar nossa vida. Como povo, dependemos de uma memória coletiva para imprimirmos à história um movimento progressivo. Para o indivíduo, a memória é condição para aprender e pensar. Para um povo, a memória comum é matriz de sua identidade e condição para seu avanço na história”.
O presidente do IHGRN, Ormuz Barbalho Simonetti considera o resgate “um achado histórico. Guardamos a memoriosa preciosidade e resolvemos recuperá-la para que pudesse retornar ao seu devido lugar, em todos os documentos oficiais e, também, na bandeira do Rio Grande do Norte, vez que o brasão que vinha sendo utilizado não é o original”.
Presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, o advogado e escritor Diógenes da Cunha Lima louvou o Governo do Estado pelo resgate do brasão e valorização da história e da cultura. E lembrou que, como senadora, Fátima Bezerra já havia demonstrado sua preocupação e sensibilidade com a cultura do Estado ao instituir naquela casa a comenda Câmara Cascudo.
A solenidade contou com apresentação da Camerata de Vozes do RN, sob a regência do monsenhor Pedro Ferreira, que interpretou as canções “Praieira” (Othoniel Menezes/Eduardo Medeiros) e “Asa Branca” (Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira), e da banda de música da Polícia Militar, regida pelo maestro Tenente Mota.
O presidente do IHGRN entregou uma bandeira com o brasão original à governadora Fátima Bezerra. A solenidade, no auditório da Escola de Governo em Natal, contou com a presença de secretários de Estado, do reitor da UERN, Pedro Fernandes, representantes da Prefeitura de Natal, vice-presidente da Fecomércio, Luiz Antonio Lacerda, empresário Eduardo Vila, juiz federal Ivan Lira, presidente da Academia de Letras Jurídicas do RN, Lucio Teixeira, dirigentes e servidores de órgãos públicos vinculados à cultura.
CONTEÚDO DO BRASÃO
– O plano inferior mostra o mar, onde navega uma jangada simbolizando o sal e a pesca.
– No terço superior, em campo de prata, mostra flores e capulhos de algodão. Nas laterais, um coqueiro à direita e uma carnaubeira à esquerda, com troncos ligados por duas varetas de cana de açúcar unidas por um laço nas cores verde e amarelo.
– A estrela branca, no alto, simboliza o Rio Grande do Norte entre os estados federativos.
Fotos: Elisa Elsie