Muitas das chamas estão ocorrendo em terras sem título claro ou propriedade privada.

Essa rotina do apocalipse do mês é lamentável, e não apenas porque tantas inverdades jamais são corrigidas. Também desperdiça uma oportunidade de aprendizado. Nesse caso, evidências anteriores sugerem que vale a pena explorar o vínculo entre direitos de propriedade privada e conservação responsável na Amazônia – exatamente o oposto do que você pode obter na maioria das reportagens da imprensa.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro é uma figura polarizadora e muitos na mídia não gostam dele. Justo. Mas o Brasil é uma democracia e, depois de 13 anos de socialismo e corrupção no Partido dos Trabalhadores, no ano passado os brasileiros pediram uma mudança. A síndrome de perturbação de Bolsonaro não responsabiliza o presidente. Apenas aprofunda a divisão visceral brasileira.

Bolsonaro mostrou desdém pelas políticas destinadas a isolar a Amazônia dos seres humanos. Portanto, talvez não seja surpreendente que muitos dos dados utilizados pelos jornalistas para contar a história dos incêndios tenham sido escolhidos de maneira a torná-lo um vilão ambiental. “Os dados de satélite mostram a floresta amazônica queimando a taxas recordes”, gritou a United Press International em 21 de agosto. Mas a matéria parece ter feito uso seletivo dos dados coletados diariamente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Até sábado, os dados mostram que houve 69.565 incêndios na “Amazônia legal” do Brasil – que inclui o cerrado – até agora este ano, um aumento de 59% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas o número de incêndios durante o período similar em cada ano de 2002 a 2007 foi significativamente maior. Para 2010, o último ano dos oito anos de mandato do presidente Lula da Silva, o número comparável é de 109.940 incêndios, um salto de 261% em relação ao ano anterior. A mídia nunca piscou. De fato, em 1º de dezembro de 2010, apesar do que ocorreu na temporada de incêndios, a BBC reportou “Brasil: o desmatamento da Amazônia cai para um novo nível baixo”.

O instituto contabilizou 97.972 incêndios em todo o Brasil este ano – não apenas na Amazônia – um aumento de 51% em relação ao ano anterior. Isso parece terrível, mas em 2010 houve 158.258 incêndios no mesmo período, um aumento de 195% em relação a 2009.

Fotos de árvores carbonizadas exaltam a rotação da mídia. No entanto, um relatório do New York Times de 24 de agosto sobre “cientistas que estudam dados de imagens de satélite” constatou que “a maioria dos incêndios está queimando em terras agrícolas onde a floresta já havia sido derrubada” e “provavelmente foram definidas por agricultores que preparam terras para a estação de plantio”.

O site do Observatório da Terra da NASA diz que o incêndio na Amazônia “normalmente aumenta devido à chegada da estação seca. Muitas pessoas usam o fogo para manter terras agrícolas e pastagens ou para limpar a terra para outros fins. ”Também houve seca no sul do continente, aumentando os riscos de incêndio por lá.

No entanto, não está claro que a Amazônia esteja passando por algo histórico, de acordo com o Observatório da Terra da NASA: “A partir de 16 de agosto de 2019, uma análise dos dados de satélite da NASA indicou que a atividade total de incêndio na bacia amazônica este ano esteve próxima da média em comparação com os últimos 15 anos. . . Embora a atividade pareça estar acima da média nos estados do Amazonas e Rondônia, até agora apareceu abaixo da média no Mato Grosso e no Pará, de acordo com estimativas do Global Fire Emissions Database, um projeto de pesquisa que compila e analisa dados da NASA. ” A página foi atualizada em 22 de agosto. Em um post separado, o site disse que a atividade de incêndio é a mais alta desde 2010.

Em agosto de 2016, a Reuters relatou um estudo da Climate Policy Initiative, sem fins lucrativos, que vinculava a ausência de títulos de terras na Amazônia a conflitos e degradação ambiental. “Sem títulos claros comprovando a propriedade da terra, os agricultores têm menos incentivo para fazer novos investimentos, melhorar a produtividade ou proteger o meio ambiente”, disse o CPI, um grupo de São Francisco com operações no Rio de Janeiro “, escreveu a Reuters.

Ninguém sabe exatamente quanto da destruição real da floresta ocorreu em terras que não são de propriedade privada. Mas pode ser muito.

O Ministério do Meio Ambiente do Brasil compila dados de incêndio, em grande parte dos estados. O ministério me disse na semana passada que, a partir desses dados, estima-se que 51% dos incêndios ocorreram em propriedades sem título e sem dono. Outros 14% ocorreram em terras “doadas” ao MST e 13% estavam em áreas de conservação ou em terras indígenas. Apenas 22% dos incêndios ocorreram em propriedades registradas.

Isso sugere que grande parte da destruição ocorreu onde não havia incentivo econômico para proteger a floresta, porque não há propriedade privada. Para quem realmente se preocupa com a Amazônia e não está simplesmente tentando marcar pontos contra Bolsonaro, é uma trilha que vale a pena seguir.

CONCLUSÃO:
O próprio Wall Street Journal, acusado por inúmeras manipulações da verdade no cenário global, reconhece o gigantesco ataque por FAKE NEWS sofrido por nosso país. Veja o vídeo abaixo que acompanha a matéria.