A pandemia da Covid-19 tem trazido revoluções, ajustes na rotina e provocado reflexões em todas as pessoas, infectadas ou não. Apesar das perdas em todos os sentidos, Parnamirim apresenta sinais de que está mais viva do que nunca na batalha contra o Coronavírus, como uma desaceleração dos óbitos, identificada recentemente – uma boa perspectiva para a tão sonhada superação da situação de calamidade pública em que se encontra. É o que aponta um relatório de análise da situação epidemiológica, desde o início da pandemia até a semana de número 27 (28/06 a 04/07), em Parnamirim.
Depois da aquisição de diversas unidades de testes para a detecção da Covid-19, estruturação do Laboratório Central da cidade, para que funcionasse 24h por dia, e o início das operações de Drive Thru, Parnamirim atualmente testa muito mais a sua população. Com uma maior testagem, evidentemente há uma alta nos números de casos confirmados, que passam a ser imediatamente conhecidos, tanto publicamente quanto pelo setor de vigilância, orientados quanto ao isolamento domiciliar e encaminhados às unidades de saúde. A subnotificação, pelo contrário, é um dado negativo, pois pode mascarar os resultados, favorecendo a disseminação do vírus pela falta de conhecimento e medidas de controle.
Um dos indicadores que permitem a comparação de regiões e avaliação das medidas tomadas, é a incidência de casos de Covid-19 por 100 mil habitantes. Mesmo com o aumento do número de casos (consequência de uma maior testagem), dados do Sus Analítico apontam para uma menor taxa de casos por 100 mil habitantes em Parnamirim, quando comparado com alguns municípios da região metropolitana, por exemplo.
Outro dado que chama a atenção é o índice de mortalidade. É sabido que cada perda de cidadão ou cidadã é algo irreparável para a população de qualquer cidade. Tais informações podem ser usadas para comparar municípios com populações diferentes. Parnamirim apresenta o menor coeficiente de óbitos por 100 mil habitantes, quando comparado com outros municípios do estado, assim como menor taxa de letalidade (proporção de óbitos entre os que adoeceram), o que indica um bom desempenho em relação ao manejo dos casos.
Alguns outros fatores têm contribuído para o início da colheita de resultados positivos e mais esperança na população, como a implantação recente de leitos de UTI na cidade, assim como a recuperação de cada vez mais pacientes. Com o funcionamento a todo vapor do Hospital Municipal de Campanha, diversos registros de depoimentos emocionados e altas de pacientes já se espalharam pela internet e mostram que o equipamento está cumprindo muito bem a sua função: salvar as vidas dos parnamirinenses.
Com as recentes aquisições de respiradores e outros equipamentos, o local terá 8 leitos de terapia semi-intensiva, 10 de retaguarda, para pacientes que tiverem alta de UTI, e mais 26 para os pacientes clínicos, totalizando 44 unidades. Os números do Hospital de Campanha, até a última quinta-feira (9) são:
- 108 admissões;
- 76 altas (70%);
- 9 transferências; e
- 3 óbitos (2%).
Para fins informativos, os óbitos ocorridos na cidade foram 70% do sexo masculino e 30%, feminino. A faixa etária mais acometida foi a das pessoas com 60 anos ou mais (61%), mesmo com óbitos observados em todas as faixas.
Nas duas últimas semanas, de acordo com o relatório da vigilância epidemiológica, Parnamirim apresentou uma discreta tendência à estabilização no final de junho. Os dados indicam uma desaceleração, especialmente no número de óbitos por semana, que apresentaram queda. Apesar dos resultados, a Secretaria Municipal de Saúde aponta para a necessidade da manutenção dos cuidados por parte da população, como ficar em casa. Caso seja necessário sair, fazer sempre o uso de máscaras, álcool em gel 70% e respeitar o isolamento social.
Fonte: PMP
Texto: Joel da Costa Camara Neto