A governadora Fátima Bezerra conheceu, ontem (13), um projeto inovador capaz de identificar crianças autistas e superdotadas em escolas, empregando neurociência e inteligência artificial. A iniciativa foi apresentada pelo paulista Leandro Mattos, cientista empreendedor, professor na Singularity University Brazil e HSM University e que, atualmente, faz mestrado em neuroengenharia no Instituto Santos Dumont, em Macaíba.

A ferramenta faz parte da startup chamada CogniSigns, empresa de educação e tecnologia criada junto com a neuropsicóloga Andressa Roveda, de Florianópolis. A CogniSigns está presente no Brasil, EUA e Emirados Árabes Unidos e em breve estará em atuação também em países europeus.

A governadora Fátima Bezerra destacou o projeto e ficou entusiasmada com o alcance. “É uma satisfação conhecer programas inovadores voltados à educação, ainda mais com grande alcance social”, disse. Já o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Jaime Calado, lembrou da importância da ampliação de diagnósticos. “Às vezes, por falta de conhecimento ou acesso à consulta, muitas famílias podem não chegar ao diagnóstico da TEA, por exemplo”, explicou o titular da Sedec, que esteve acompanhado de Guido Salvi, coordenador da Assessoria Técnica da pasta.

“Essas pessoas autistas são altamente funcionais e, quando identificadas, elas podem ajudar demais a sociedade. Tentamos aumentar as chances de a sociedade chegar ao diagnóstico”, explicou Leandro Mattos ao relatar a estatística da Organização das Nações Unidas (ONU) que aponta que 1 a 2% da população possui autismo, o que corresponde entre dois a quatro milhões de autista apenas no Brasil, apesar de apenas 1% dos casos terem diagnóstico.

O uso da inteligência artificial tem o objetivo de obter um mapa populacional em tempo real para identificar as regiões a serem priorizadas em suas políticas públicas para a comunidade autista e de superdotação.

Projeto

A V.E.R.A. (Virtual Empathic Robot Assistant, ou “Assistente de robô empático virtual”) é o produto desenvolvido pela empresa que identifica, de maneira escalável e precocemente, pessoas com Superdotação ou Transtorno do Espectro Autista, podendo ser usado em tablet, computador ou celular.

Empregando neurociência e inteligência artificial, o produto vem para apoiar a comunidade escolar com tecnologia de ponta e capacitação. O sistema faz perguntas (protocolos usados para o diagnóstico), um rastreamento óptico do comportamento da pessoa analisada e emite um alerta, em caso de suspeita, aos responsáveis.

FOTO: Sandro Menezes / Assecom-RN