Profissionais da Academia Ritmo’s falam sobre deficiência intelectual

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma deficiência intelectual que está no grupo de desordens do neurodesenvolvimento e é caracterizado por deficiência na interação social, comunicação e comportamento repetitivo. Apesar das deficiências motoras não serem consideradas sintomas principais do TEA, existe grande interesse em não ignorá-las em virtude das altas taxas de prevalência e significativo impacto sobre a intereção social e a qualidade de vida.

Os indivíduos com TEA apresentam fuga a estímulos auditivos, visuais, táteis e estímulos orais. Ainda em relação às interações, as esteriotipias motoras são características diagnósticas do TEA, de tal forma que um diagnóstico adicional de transtorno do movimento esteriotipado não precisa ser realizado, pois tais comportamentos repetitivos são mais bem explicados pela presença do TEA.

Esses transtornos surgem na infância, com comprometimento ou atraso de funções associadas ao amadurecimento do sistema nervoso central, e têm um rumo constante, em vez das remissões e recaídas que tendem a caracterizar outros transtornos mentais. As intervenções para pessoas com TEA necessitam de acompanhamento de ações mais amplas, tornando ambientes físicos, sociais e atitudinais mais acessíveis, inclusivos e de apoio.

Estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos apontam para uma prevalência de TEA, que parece estar aumentando globalmente. Dentre as explicações possíveis para esse aumento aparente, encontra-se o aumento da conscientização sobre o tema, a expansão dos critérios diagnósticos, melhores ferramentas de diagnóstico e o aprimoramento das informações reportadas.

Em todo mundo, uma em cada 160 crianças tem transtorno do espectro autista. Essa estimativa representa um valor médio, e a prevalência relatada varia substâncialmente entre outros estudos. Contudo, algumas pesquisas bem controladas têm relatado números que são significativamente mais elevados. A prevalência de TEA em muitos países de baixa e média renda é até agora desconhecida.

As intervenções para pessoas com TEA estão asseguradas na Lei 12.764, que aponta para as diretrizes de política nacional de proteção dos direitos dessas pessoas com a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com TEA, observando o diagnostico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes.

Os déficts motores são um núcleo latente característico do TEA, e o tratamento desse transtorno deve levar em conta intervenções indicadas para melhorar esses déficts, abrangendo o desempenho motor implicado com a coordenação motora – marcha, equilíbrio, funções do braço e planejamento do movimento. Portanto, as avaliações e intervenções com pessoas com TEA são fundamentais, tanto para o entendimento dos procedimentos envolvidos nesse processo, quanto para a melhoria ou manutenção da saúde e dasatividades da vida diária(AVDs), desses indivíduos.

A vivência com diferentes tipos de atividades traduz o enriquecimento específico das relações das pessoas com o ambiente, ajuda na busca do seu estado de saúde e permeia no seu desenvolvimento psíquico/ afetivo e nas relações com outras pessoas, influenciando o seu comportamento habitual. Tais fatores incidem na sua qualidade de vida. Diversas atividades físicas como a caminhada, a corrida, as atividades esportivas, as danças, as atividades de expressão corporal, as atividades de alongamento, o relaxamento, as artes marciais, os exercícios físicos, as atividades de lazer, entre outras, como também as (AVDs) e as atividades instrumentais da vida diária (AIVDs), se forem realizadas como recurso terapêutico, podem ser consideradas atividades sensório-motoras, as quais são vivências corporais proporcionadas pela prática de atividades físicas, na qual o indivíduo sente e percebe os movimentos quando os realiza, dentro das suas possibilidades e limites.

Torna-se, portanto, fundamental que as pessoas com TEA realizem atividades físicas a fim de melhorar o desempenho da força, pois alguns estudos apontam para melhoras significativas na taxa média do desenvolvimento da força e do equilíbrio, após 10 semanas de treinamento com estímulos proprioceptivos, bem como, estimular a adesão dessas pessoas a programas de exercício que promovam interação social.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Abraão Lincoln Santos de. Impacto do treinamento funcional nas variáveis morfofuncionais de pessoas com deficiência intelectual. 2019. Dissertação de Mestrado. Brasil.

ASSOCIATION, American Psychiatric et al. Manual Diagnóstico E Estatístico De Transtornos Mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 992 p.

BEN-SASSON, Ayelet; LAMASH, Liron; GAL, Eynat. To enforce or not to enforce? The use of collaborative interfaces to promote social skills in children with high functioning autism spectrum disorder. Autism, [s.l.], v. 17, n. 5, p.608-622, 17 set. 2012.