A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco não dependente e crônico para a doença coronariana. A HAS é uma síndrome que associada à lesão de órgãos-alvo, é um dos principais fatores de risco para a doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e insuficiência renal crônica, proporcionando grande potencial de risco de morbidade, mortalidade cardiovascular.No Brasil as doenças cardiovasculares estão relacionadas às principais causas de morte, e compõem um grave problema de saúde pública pelo custo de seu tratamento e de suas complicações.

Os efeitos hipotensores arteriais pertinentes da prática de atividade física dinâmica em seres humanos vêm sendo pesquisado há bastante tempo e a maioria dos estudos apontam que este fato está relacionado aos processos adaptativos advindos da exposição crônica dos indivíduos ao exercício aeróbio, realizado por um tempo superior a 30 minutos, contudo com intensidade entre leve a moderada.

Atividades consideradas funcionais, onde são utilizados implementos como bolas, disco de equilíbrio, camas elásticas, podem promover melhorias sinestésicas, proprioceptivas e controle de força, as quais podem ser uma alternativa de treinamento na busca da diminuição de pressão arterial, prevenção de lesões e benefícios na qualidade de vida dos indivíduos.

Os mecanismos referentes ao efeito hipotensivo pós-exercício (HPE) ainda não estão elucidados, contudo alguns aspectos podem explicar esta possível queda nos momentos de repouso os quais, os mecanismos do sistema nervoso simpático, o efeito dos barorreceptores, a liberação de óxido nítrico e a hiperemia decorrente da contração muscular.

A HPE possui grande relevância clínica, e é entendida como uma estratégia para redução da pressão arterial (PA) de forma não farmacológica, pois é caracterizada pela redução dos níveis da pressão arterial sistólica(PAS) e da pressão arterial diastólica (PAD), abaixo dos níveis de repouso, depois de uma única sessão de exercício, fato esse que pode ocorrer durante minutos ou até horas pós a sua prática.

Após a autorização médica o aluno com hipertensão deve procurar uma orientação especializada, ou seja, de um profissional de educação física, o qual preconizará uma sequência de atividades sejam elas, aeróbicas, anaeróbicas ou multicomponentes tal qual o treinamento funcional, com uma frequência mínima de 3 sessões por semana e a escolha dos exercícios deve levar em consideração os níveis da PAS, PAD e do débito cardíaco (DC),para então avaliar a HPE, para dessa forma ajustar o treino.No que se diz respeito a redução da PAS induzida pelo Treinamento Funcional, que pode ser explicada pelo mecanismo barorreflexo associado à perfusão sanguínea.

Texto Abraão da Academia Ritmos