Entre os dias 12 e 14 de julho, o bailarino potiguar Alexandre Américo conduz a “Oficina Dramaturgias da Carne” e nos dias 15 e 16 participa da abertura da “Mostra Solar” com o espetáculo “Bípede sem Pelo”. A programação formativa e cultural acontece na Casa Hoffmann, umas das casas de dança mais importantes do Brasil, localizada na cidade de Curitiba (PR).
Alexandre conta que está muito realizado com essa apresentação: “o Bípede sem pelo é meu mais novo trabalho. É continuidade do “Cinzas ao Solo” e faz parte de meu projeto poético-político-estetico acerca da reinvenção da morte nas sociedades ocidentalizadas. Soma-se a isso o fato de ser o primeiro potiguar a se apresentar na Casa Hofmann. É uma realização imensa para mim, como bailarino, que vive exclusivamente da arte, me apresentar num local tão representativo para a dança nacional, posso até dizer que lá é uma referência mundial.”
Indagado de como foi essa trajetória, Alexandre fala que não foi fácil. “Foram momentos muito duros. Primeiro o de escolher viver financeiramente integralmente da dança numa cidade como Natal é uma odisseia. Eu não tinha muitos parâmetros. Comecei a dançar um pouco tarde e entrei na universidade buscando ampliar conhecimento e repertório. Criei meu primeiro trabalho autoral em 2015. Estudei. Mergulhei na arte. Estou diretor da Cia de Giradança, o que me possibilitou visitar quase todos os estados do Brasil e países como Argentina, Paraguai, Rússia e Alemanha. Tudo isso graças a dança. Sinto que com esse convite para participar da “Mostra Solar” da Casa Hoffmann fui realmente notado como profissional e inserido no contexto contemporâneo da dança nacional”, disse.
CASA HOFFMANN
Construída em junho de 1890, considerada marco arquitetônico da transformação urbana no final do século XIX, abrigou uma loja de tecidos e foi moradia de uma família de imigrantes alemães.
Inaugurada em 2003, como Centro de Estudos do Movimento, surgiu com o propósito de fomentar estudos e explorações de novas estéticas do movimento, tornando-se local de referência para artistas e profissionais das áreas de dança, teatro, circo, artes visuais e educação. Com programação intensa na oferta de workshops principalmente ligados à pesquisa da dança contemporânea e da performance-art dos Estados Unidos, Europa e Brasil, os cursos ministrados por artistas e pensadores renomados, abordavam temas variados, entre eles a exploração do movimento, crítica da dança, estética, filosofia e design cênico.
BÍPEDE SEM PELO
“O Bípede perdeu os pelos, o cérebro, a razão. Ele gira e na gira faz do mundo a carne de seu corpo”.
Esta peça torce a ideia do animal humano, o Bípede Sem Pelo, e revela, assim, feito um corpo-que-dança-em-transe-que-dança-corpo, um evento estético que nos põe em continuidade com as coisas mundanas, em giros, saltos cruzamentos e amarrações, devolvendo-nos um saber próprio das manifestações culturais da terra.
Esse processo de criação foi realizado através da Lei Aldir Blanc Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
FICHA TÉCNICA
Dança, Direção e Coreografia: Alexandre Américo
Co-direção e Desenho de Luz: Laura Figueiredo
Interlocução Coreográfica: Elisabete Finger
Cenografia e Assistência de Direção: Jô Bonfim
Figurino, Maquiagem e Assistência de Direção: Ana Vieira
Veste: Andaluz
Trilha Sonora e Sonoplastia: Toni Gregório
Voz: Ionara Marques
Textos off: Alexandre Américo
Concepção de Design Cênico: Vinicius Dantas
Visagismo: Marcone Soares
Cabelo: Cid Gutyerrez
Fotografia processual: Brunno Martins
Fotografia divulgação: Jan
Design Gráfico: Yan Soares
Produção: Celso Filho (Listo Produções)
Assessoria de Imprensa: Rosa Moura
Apoio: Museu Câmara Cascudo (UFRN), Casa Verde Espaço
Artístico Cultural (RN) e Prefeitura de Nísia Floresta (RN).