Com o fim do recesso do meio do ano e o início do segundo semestre, as atenções dos estudantes da 3ª série do ensino médio se voltam cada vez mais para as provas o Enem, que em 2022 acontece nos dias 13 e 20 de novembro. Uma das provas mais exigidas é a de redação. Os estudantes precisam ter o conhecimento sobre as técnicas textuais e se preparar para as diversas possibilidade de temas. Mas tudo isso depende de outros fatores, que também são avaliados: é preciso ter bagagem, compreensão e posicionamento sobre problemas sociais para ter uma redação nota 10. 

 A professora de Linguagens, Humanidades e Capacitadora Argumentativa do Colégio Porto, Rhayara Lira, elenca cinco dicas principais que são essenciais para um bom desempenho:  – Conhecimento sobre estrutura do texto dissertativo-argumentativo, que são: introdução, desenvolvimento e conclusão;  – Elaborar um texto por semana e reescrever redações anteriores;  – Assistir boas séries e bons filmes, que além de ajudarem os estudantes a descansarem,  podem ser instrumentos importantes na ampliação do conhecimento de mundo e para um desenvolvimento argumentativo impecável;  – Não fugir do tema proposto, vinculando o que for escrito ao recorte temático da proposta definida;  – Posicionamento crítico diante do tema, com o estudante compreendendo-se como pertencente de uma sociedade civil preocupada e atenta ao mundo à sua volta; De acordo com a educadora, a banca corretora da redação do Enem espera um escritor ético, dotado de cidadania e que apresente, por meio de suas palavras e posicionamentos críticos, o desejo de mudar o mundo.  

“Não é à toa que anualmente a prova traz sérios problemas sociais, como os preconceitos associados às doenças mentais ou a invisibilidade social de grupos específicos. Para ter êxito nesse processo, o estudante deve defender um projeto textual forte, organizado e muito bem embasado em um repertório sociocultural rico e diverso”, reforçou.  Para isso, ela lembra a importância dos chamados eixos temáticos, que são as grandes áreas onde residem os temas de redação do Enem. Por exemplo, se o exame propuser uma redação sobre a diversidade do parque energético brasileiro, aquela temática dialogará com os eixos “Meio-ambiente” e “Tecnologia”.

Ao passo que se a temática for “Vacinação”, esta estará inserida no eixo “Saúde”. “Os eixos temáticos são de uma importância incomensurável no processo de ensino-aprendizagem por proporcionarem uma preparação mais completa ao aluno do que um tema específico única e exclusivamente. Eles ampliam as possibilidades discursivas em sala de aula para que os estudantes saiam dela pronto para enfrentar diversas temáticas diferentes”, observou.  Débora Simonetti leva a sério essas dicas.

A aluna da 3ª série do ensino médio do Colégio Porto está se preparando para a redação e traça sua própria estratégia. “Inicialmente, faço uma lista de potenciais argumentos para o meu texto. Depois, seleciono aqueles que conversam melhor entre si para inserir na minha redação. Por fim, organizo tudo no projeto de texto para me orientar ao longo da escrita. Também fico ligada nas notícias mais recentes e anoto as dicas das minhas professoras. Minha estratégia é ter um caderninho com vários repertórios e ficar revisando”, descreveu.  

Praticar é fundamental 

Para obter uma boa nota no exame, a receita para o sucesso reside em uma escrita constante e pautada sempre na correção de erros e desvios, para que a performance textual melhore cada vez mais em busca da perfeição. 

“Eu, pessoalmente, gosto bastante de ler. Isso ajudou bastante na expansão do meu vocabulário e a ter contato com novos repertórios. Além disso, me organizo para conseguir fazer uma redação por semana. Quando a recebo, corrigida, analiso os apontamentos feitos e tento corrigir na próxima. Aos poucos, a evolução passou a ser nítida para mim”, confessou Débora.  

No Colégio Porto, a professora Rhayara Lira comanda o Laboratório de Redação, que funciona no contraturno das aulas. Nele, há encontros quinzenais com os estudantes para debater todos os elementos estruturais, temáticos e conceituais que envolvem o processo de escrita do texto dissertativo-argumentativo. O laboratório é um recurso didático a partir do qual os estudantes aprendem e praticam a argumentação por meio do que a educadora chama de Capacitação Argumentativa – um processo constante de formação de escritores críticos, éticos e socialmente responsáveis.  

“Além disso, sempre me disponibilizo para aqueles estudantes que buscam tirar dúvidas ou precisam de opiniões sobre seus textos. Essa procura é bem bacana e tem trazido bons resultados. Foi a forma que eu encontrei de estar mais próxima de cada um e compreender, individual e subjetivamente, as dificuldades e potencialidades de cada escritor que eu carrego sob os meus cuidados”, finalizou.