O vírus Chikungunya foi identificado há mais de 50 anos, vindo a ser
notificado pela primeira vez na Tanzânia em 1952 Segundo os dados da OMS
(Organização Mundial da Saúde), até 2002 o vírus se espalhou pela África e Ásia
provocando surtos isolados. A partir de 2004 atingiu mais de 60 países da Ásia,
África, Europa e Américas. No ano de 2007, o vírus chega a outros países
causando grande impacto na saúde. Em 2014 o vírus foi identificado no Brasil.
Chikungunya no idioma da Tanzânia significa ¨ aqueles que se dobram ¨ isso
porque os pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada
tinham a aparência curvada.
O vírus Chikungunya é transmitido entre humanos através do mosquito
Aedes Aegypti. O mosquito não infectado, se alimenta de uma pessoa virêmica,
(alguém que tem o vírus circulando no sangue), dessa forma o mosquito pode
pegar o vírus enquanto ingere o sangue. Consequentemente, o vírus passa por
um período de replicação no mosquito, onde pode ser transmitido de volta para
um novo hospedeiro, quando o mosquito se alimentar novamente. Mais uma vez
o vírus começa a se replicar nessa pessoa recém-infectada e a se amplificar em
altas concentrações. Assim se um mosquito se alimentar deles durante o tempo
no qual o vírus circula no sangue, o mosquito pode pegar o vírus e o ciclo de
transmissão começa novamente.
O inicio da doença geralmente ocorre 4 a 8 dias depois do contato com
um mosquito infectado, podendo variar de 2 a 12 dias. Entre as características
da doença observa-se um início abrupto de febre, frequentemente acompanhada
de dor nas articulações, a qual é muitas vezes debilitante e geralmente dura
alguns dias, mas pode durar semanas, meses ou até anos. Dessa forma, o vírus
pode causar doença aguda, subaguda ou crônica. Dentre outras características
e sintomas comuns temos a dor muscular, inchaço nas articulações, dor de
cabeça, náusea, fadiga e erupção cutânea.
Sintomas como exaustão, cansaço e letargia são relacionadas a fadiga, a
qual ocasiona a redução do nível de consciência, apresentando tanto sonolência
quanto redução de energia das pessoas. A fadiga pode ser física, caracterizada
pela incapacidade de a pessoa realizar as atividades da vida diária, na qual
observa-se fadiga muscular, como também a fadiga mental, na qual o cansaço,
o esgotamento e o desânimo, repercutem na capacidade de decisão e na
realização das tarefas.
Para o Ministério da Saúde, a intervenção para a ZIKA e Chikungunya,
assemelha-se com a dengue. Onde são utilizados analgésicos, drogas antiinflamatórias para diminuir a dor nas articulações e músculos. Não se encontra
vacina contra estas doenças. Portanto, intervenções não farmacológicas que
possam atuar na supressão ou até mesmo atenuar a dor, podem servir como
fator benéfico.
Já está bem consolidado que a prática de exercícios físicos melhora as
valências físicas, tais como, resistência, força, flexibilidade, agilidade e
velocidade. Contudo, como tratamento não farmacológico da doença, a fim de
restabelecer a mobilidade articular, força muscular e evitar a progressão ou
instalação de deformidades, ainda é pouco utilizada pela maioria da população,
como também a utilização de protocolos de diferentes modalidades de
exercícios. O exercício físico tanto aeróbio (exemplo; corrida), quanto anaeróbio
(exemplo; musculação) é relatado como o principal fator estimulante para
liberação de substâncias que atuam na diminuição da dor como a beta-endorfina
(hormônio liberado durante a atividade física que tem a função de modular a dor
e o humor). O exercício físico melhora o desempenho de tarefas que incluem
funções neurais, como também fomenta o crescimento capilar e o aumento do
fluxo vascular no cerebelo e no córtex motor.
Ao praticar atividade física obtêm-se benefícios no tratamento das
doenças crônico-degenerativas e benefícios neuroprotetores e preventivos no
avanço das doenças neurodegenerativas. Dessa forma, a orientação
profissional capacitada torna-se de suma importância para a avaliação,
prescrição e acompanhamento da atividade física, pois a correta observação das
valências físicas resultará em uma prescrição e monitoramento que possa
restabelecer a mobilidade articular, força muscular e evitar a progressão ou
instalação de deformidades, bem como trará benefícios no que se refere as
dores advindas da doença e na fadiga física e mental.
Referências:
https://bvsms.saude.gov.br/febre-de-chikungunya/
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/chikungunya
SILVA, Thiago Lopez de Souza; CASTRO, Cássia Borges Lima de. EFEITOS
DO EXERCÍCIO RESISTIDO EM INDIVÍDUOS COM DOR CRÔNICA
DECORRENTES DA CHIKUNGUNYA: UTILIZAÇÃO DE PERCEPÇÃO DE
FADIGA. Rev. Expr. Catól. Saúde, v. 2, n. 5, p. 46-55, jul. 2020. DOI:
10.25191/recs.v5i2.4085.

Autores:
Liege Carlos CREF N°. 002706 G/RN
Abraão Lincoln CREF N°00577 G/RN