A campanha nacional do Setembro Dourado tem início no próximo dia 1º de setembro e acende um alerta sobre a gravidade do câncer infantojuvenil. Durante todo o mês, a Liga Norte Riograndense Contra o Câncer alerta para o tema, com o objetivo de chamar a atenção de pais e responsáveis para possíveis queixas e sinais precoces da doença em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos.
O câncer é, no Brasil, a principal causa de óbito por doença nesta faixa etária, somando cerca de 8% do total de mortes, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). De acordo com a Dra. Cassandra Valle, médica oncologista pediátrica responsável pelo serviço de oncologia pediátrica da Liga, o principal desafio para o combate ao câncer infanto-juvenil é o diagnóstico precoce. É nesse ponto onde entra a importância de falar sobre o assunto e disseminar campanhas como o Setembro Dourado. “Os principais sinais e sintomas incluem dor de cabeça persistente e sem causa aparente, perda de peso, palidez intensa, surgimento de manchas roxas sem relação com traumas, tumoração em qualquer parte do corpo, ínguas sem relação com quadros infecciosos, dor nos ossos, visão dupla, mancha branca nos olhos, dor abdominal persistente e aumento do volume abdominal”, destaca a médica.
Uma vez diagnosticado o câncer em crianças ou adolescentes, os tratamentos são realizados por meio de quimioterapia, podendo envolver radioterapia e cirurgia. “Atualmente temos também novos tratamentos, como imunoterapias e terapia alvo, que estão disponíveis na Liga”, destaca Cassandra Valle.
Segundo a médica oncologista, algumas terapias mais recentes ainda não disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) podem ser utilizadas por meio de pesquisas clínicas desenvolvidas na Liga. A cura, nos casos do câncer infantojuvenil, é considerada alta, se comparada a outras idades. Se tratado no início, há 85% de chance de sucesso no tratamento.
A leucemia, o câncer dos tecidos formadores de sangue, incluindo a medula óssea, é a tipologia de câncer mais frequente em crianças e adolescentes e, se tem o diagnóstico precoce, tem um índice de cura de até 80% nessa faixa etária. A perspectiva de casos novos para o Rio Grande do Norte no ano de 2020, último número divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) foi de aproximadamente 237 casos por 1 milhão de habitantes. A Liga recebe cerca de 60 novos casos de crianças e adolescentes com câncer por ano, mas vale destacar que muitos não chegam aos centros de referência ou sequer são tratados em tempo hábil para cura.
Sobre a Liga
Reconhecida pela democratização do acesso à oncologia de ponta, a Liga é formada atualmente por seis unidades, sendo uma de apoio humanitário: o Centro Avançado de Oncologia (CECAN), Hospital Dr. Luiz Antônio, Policlínica, Hospital de Oncologia do Seridó (em Caicó), o Instituto de Ensino, Pesquisa e Inovação (IEPI) e a Casa de Apoio Irmã Gabriela (unidade de apoio humanitário). Instituição privada sem fins lucrativos, a Instituição realiza por ano quase 1,5 milhão de procedimentos e destina 70% de seu atendimento a pacientes do SUS, como parte de sua missão de levar a melhor assistência oncológica a todos os cidadãos, independente da forma de acesso.