Durante todo o mês de outubro, a Liga Contra o Câncer se veste de rosa e intensifica as ações de conscientização para o combate ao câncer de mama. “O Outubro Rosa vem para alertar e conscientizar as mulheres a importância de diagnosticar o câncer de mama precocemente, realizando visitas regulares ao médico, exames preventivos e adoção de atividades físicas e alimentação saudável. Quanto antes isso for feito, melhor para a saúde da mulher”, explica Daniella Gama, mastologista da Liga e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia no Rio Grande do Norte (SBM-RN).

Na última década, o câncer de mama foi o segundo com maior registo de incidência na Liga, atrás apenas do câncer de pele. Entre os anos de 2011 e 2021, a instituição registrou 8.259 casos e, ao final do primeiro ano de tratamento, 5.477 pacientes não tinham mais evidência de tumores, o que reforça a importância de identificar cedo a doença.

Além do diagnóstico e tratamentos específico para os tumores, a Liga possui uma equipe multidisciplinar, garantindo uma atenção completa aos pacientes. Foi o caso de Íris Almeida, que fez todas as etapas do tratamento na instituição. “Em um momento mais difícil da minha vida eu fui tratada por pessoas humanizadas e sensibilizadas com a minha condição, dispostas a me ajudar e a me entender. Contei com um atendimento psicológico de ponta, além de uma nutricionista que me ajudou muito no período das quimioterapias”, afirma.

Íris foi diagnosticada em 2016, quando tinha 40 anos e há um ano havia sentido o primeiro sinal do nódulo durante um autoexame. “Em abril de 2016, minha irmã paterna me informou que estava com câncer de mama. Alí eu tive a certeza de que também estava. No dia 13 de maio veio a confirmação. Um câncer altamente agressivo ao qual eu tive que me submeter a cirurgia, passei por 16 sessões de quimioterapia, 28 sessões de radioterapia e uma cirurgia reparadora na mama esquerda e uma mamoplastia redutora de risco na mama direita”, explica.

Segundo Íris, ela logo procurou conhecer mais a doença para sentir mais confiança durante o tratamento. “A informação me abriu horizontes e me fez ser grata pelo quadro, já que poderia ter sido muito pior”, afirma. Com cautela e seguindo as recomendações médicas, ela buscou viver sua rotina normalmente. “Eu não vivi o tratamento, o tratamento viveu comigo, junto a minha rotina, claro que adaptada, mas a minha rotina”, descreve.

RN deve registrar 1.130 casos em 2022

Para 2022, o INCA estima que o número de casos chegue a 66.280 em todo Brasil, com uma taxa de 61,61 casos para cada 100 mil mulheres. Já no Rio Grande do Norte, a estimativa é de 1.130 casos, com uma taxa bruta de 61,85 casos para cada 100 mil mulheres.

Segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a maioria dos pacientes diagnosticados com câncer de mama têm mais de 50 anos, porém o número de casos de mulheres com menos de 35 vem crescendo a cada ano.

A SBM indica que toda mulher a partir dos 40 anos deve realizar anualmente uma mamografia de rotina. “Já o autoexame deve ser feito em qualquer idade, para a paciente conhecer suas mamas, e identificar alterações que porventura apareçam. Ele deve ser feito sete dias após o início da menstruação. E na menopausa, deve-se escolher um dia por mês para fazê-lo”, afirma Daniella Gama.

Para realizar a mamografia através do SUS, a paciente que reside em Natal deve procurar a Unidade Básica de Saúde do seu bairro, levando solicitação médica, cópia dos documentos, comprovante de residência e cartão SUS. Já quem mora no interior deve buscar a Secretaria de Saúde do seu município.

Estilo de vida e sintomas

Além do histórico familiar, fatores como o sedentarismo, obesidade, consumo de bebidas alcoólicas, menarca precoce e menopausa tardia podem aumentar as chances da doença. Por isso, alguns fatores de proteção são indicados pelos médicos, como praticar atividades físicas, ter uma boa alimentação, amamentar e evitar o uso de hormônios sintéticos podem ajudar a evitar cerca de 30% dos casos de câncer de mama.

Ficar atento a possíveis sinais no corpo e sintomas da doença também ajuda no diagnóstico precoce. Devem ser observados nódulos fixos nas mamas, geralmente indolores; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com uma casca de laranja; alterações no mamilo; pequenos nódulos nas axilas ou pescoço; e saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

Sobre a Liga

Reconhecida pela democratização do acesso à oncologia de ponta, a Liga é formada atualmente por seis unidades, sendo uma de apoio humanitário: o Centro Avançado de Oncologia (CECAN), Hospital Dr. Luiz Antônio, Policlínica, Hospital de Oncologia do Seridó (em Caicó), o Instituto de Ensino, Pesquisa e Inovação (IEPI) e a Casa de Apoio Irmã Gabriela (unidade de apoio humanitário).

Instituição privada sem fins lucrativos, a Liga realiza por ano quase 1,5 milhão de procedimentos e destina 70% de seu atendimento a pacientes do SUS, como parte de sua missão de levar a melhor assistência oncológica a todos os cidadãos, independente da forma de acesso.