O Conexão Felipe Camarão comemora 20 anos de atuação este ano. O projeto, que acontece por duas décadas na comunidade de Felipe Camarão, Zona Oeste de Natal, escolheu o tema “Do Futuro para o Ancestral” para celebrar e despertar a importância da cultura imaterial do bairro, através da memória dos seus Mestres antepassados. 

Nesta quinta-feira,19 de abril, a partir das 15h, na Escola Estadual Clara Camarão, vai acontecer a Ciranda de Sons, uma ação que contará com a apresentação do Orquestrim Conexão Felipe Camarão, promovendo um grande encontro de integração da cultura patrimonial da comunidade de Felipe Camarão.

A ancestralidade estará presente através da sua comunidade, do território, das escolas locais, na celebração da cultura do Auto do Boi de Reis do Mestre Manoel Marinheiro, do João Redondo do Mestre Chico Daniel, e da Rabeca do Mestre Cícero. Coroando toda importância desse momento único, a apresentação do Orquestrim Conexão Felipe Camarão, que se integra às ações no lugar, junto à participação dos alunos da Escola Clara Camarão.

“Será uma atividade integrada, onde os alunos terão a oportunidade de usar os instrumentos musicais para aprenderem a música e a história do patrimônio imaterial e sua ancestralidade. Será um momento de completa integração da cultura ancestral local e, com isso, o início das celebrações dos vinte anos do Conexão. Estão todos convidados!”, revela Vera Santana, coordenadora geral do projeto.

As ações do Conexão Felipe Camarão têm o patrocínio da NeoenergiaCosern e Instituto Neoenergia, por meio da Lei Câmara Cascudo do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e Fundação José Augusto. A realização é da Associação Companhia Terramar, com o apoio da Rede de Educadores de Felipe Camarão e da Escola de Música da UFRN.

Orquestrim Conexão Felipe Camarão

Do encontro das rabecas de Felipe Camarão com as batutas da Orquestra Popular Tuhu do Rio de Janeiro, embaladas pelo ritmo forte das alfaias e dos pífanos, surge uma orquestra diferente trazendo consigo inúmeras referências que juntas formam o Orquestrim Conexão Felipe Camarão.

O som grave oriundo das cordas da rabeca, instrumento usado por Mestre Cícero no Auto do Boi de Reis do Mestre Manoel Marinheiro, passou a ter instrumentos de sopro da família dos metais como companheiros sonoros, uma referência às bandas filarmônicas, tradicionais do interior do Rio Grande do Norte, unindo a tradição oral com a tradição sinfônica antropofagicamente, fazendo surgir uma nova possibilidade músical.

Junto das rabecas e dos sopros, as percussões formadas pelas alfaias do macaratu, o ganzá do coco de mestre Chico Antônio, as flechas do caboclinho e o berimbau da capoeira ditam o ritmo, numa diversidade cultural convivendo em perfeita harmonia, sendo o Orquestrim Conexão Felipe Camarão uma bela mostra de toda a beleza que nossa cultura possui.