Ações e palavras positivas fazem uma grande diferença emocional nesta época de distanciamento social que estamos vivendo. Na intenção de proporcionar felicidade e esperança, através de poemas e literatura, a mediadora e professora Gracileide de Oliveira criou um projeto com a participação de alunos das Escolas Municipais Íris de Almeida Matos e Homero Dantas. À moda antiga, por meio de cartas, a afetuosa ação tem surpreendido e alegrado muita gente.
Em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus, Gracileide de Oliveira pensou numa forma de manter contato com os alunos, ainda que à distância. Inspirada por algumas leituras, a professora lembrou como surgiu a iniciativa e falou sobre o funcionamento do projeto intitulado por ‘Afetos Manuscritos’.
“Pensei em dar prosseguimento aos projetos desenvolvidos nas bibliotecas escolares em que sou mediadora de leitura, formando leitores, mesmo nesse período de isolamento social. Indico os textos a serem lidos, e os alunos estão aprendendo significativamente sobre a leitura literária, que é foco do meu trabalho, e sobre o gênero textual cartas. Daí eles escrevem o poema à mão para destinarmos às pessoas”.
O projeto teve início no final do mês de maio e conta com a participação de quatro alunos, sendo três do 5° ano e um do 2°. Além de estimular a aprendizagem, formar leitores e desenvolver a escrita dos alunos, a ação tem como objetivo ofertar poemas manuscritos para várias pessoas da cidade, proporcionando momentos de emoção e sensibilização em quem recebe a carta.
De acordo com a mediadora, os endereços dos destinatários são adquiridos através das redes sociais e contatos que ela mesmo faz. Inicialmente as cartas estão sendo enviadas a professores, escritores, médicos, jornalistas, patrono da biblioteca e familiares dos alunos.
Após escritas pelos alunos, a professora recolhe e envelopa as cartas, que em seguida são levadas aos Correios para serem enviadas aos destinatários escolhidos pelas crianças. Com gratidão e alegria, Gracileide falou da realização do projeto ‘Afetos Manuscritos’.
“Me sinto muito feliz! Penso que estamos contribuindo neste momento difícil para o emocional de nossos alunos e das pessoas. Um meio de comunicação que há um tempo atrás era tão eficaz como as redes sociais. Surpreende quem recebe. Marca, fica registrada para sempre. É uma forma de aprendizado para os alunos, alinhando a comunicação escrita e linguagem literária. Por meio do poder das palavras e poemas é uma singela contribuição de doçura”.
O feedback da ação tem gerado frutos positivos. Joel Câmara, da assessoria de comunicação da Prefeitura de Parnamirim, foi surpreendido com uma das cartas que chegaram ao setor de imprensa. “É gratificante saber que mesmo nesse momento de tensão para muitas famílias, temos alunos focados em iniciativas tão bacanas. Ações e projetos como esse nos fazem ter a certeza que a educação é o caminho para a formação de qualquer profissional”, disse.
Responsável por escrever a carta que chegou até a assessoria de imprensa da Prefeitura de Parnamirim, Maria Clara, de 10 anos, sonha em ser veterinária. Empolgada, a menina relatou o sentimento de estar participando do projeto:
“Fazer cartas é um gesto muito bonito e legal. Gostei bastante quando recebi minha primeira carta, que foi da minha professora de leitura. Espero que as pessoas que estejam recebendo as poesias também fiquem felizes”, declarou a aluna do 5º ano da Escola Municipal Íris de Almeida.
Segue abaixo o poema que a aluna Maria Clara enviou para o setor de comunicação da Prefeitura de Parnamirim:
O jornalista
Primeiramente, anoto a lápis a notícia mais quente.
Depois, apago as sobras, toco e retoco e corrijo.
Aí é hora do mundo todo saber…
Autora: Roseana Murray
Fonte: PMP
Texto: Ricardo Oliveira