A jornada começa às 7h30 da manhã e se estende até às 17 horas. Se fosse no conforto de um escritório, muitos diriam: vida mansa no conforto de uma sala com ar condicionado. Mas, para seu Antônio Costa Goes, 53, seu escritório está nas ruas que caminha diariamente, puxando um carrinho cheio de utensílios domésticos para venda. Sim, seu Antônio é prestamista e trabalha para uma empresa.
Morador do bairro de Boa Esperança, o senhor de pele queimada do sol e corpo esbelto, é direto ao dizer: “se eu vender, tenho dinheiro. Se eu não vender, não recebo nada. Essa é a lei do meu mercado de trabalho”.
Assim como seu Antônio, outros 15 homens dessa mesma empresa saem todos os dias, vendendo as mercadorias, divididas em várias prestações. “Trabalho nesse ramo desde os 16 anos. Prefiro trabalhar para a empresa porque uma vez montei um carrinho desse pra mim e levei muito calote”, justifica seu Antônio.
Nas grandes cidades, a figura do prestamista já não pode ser vista. A cidade cresceu e engoliu a todos. Em Parnamirim, esses vendedores ainda são comuns e retiram da venda de cadeiras, churrasqueiras, liquidificador, panelas e copos, o sustento da família. Parabéns a todos esses profissionais. Vocês merecem todo o nosso respeito.
Fotos: Marciano Costa