O público que já visitou, em Natal, a exposição multimídia “O Sertão Virou Mar”, do artista potiguar Azol, superou as mil pessoas. As obras de arte que compõem a amostra estão disponíveis para a visitação do público de forma gratuita até 24 de julho, na Pinacoteca do Estado. Aos sábados e domingos, o horário é das 10h às 16h e de terça a sexta das 8h às 17h. Devido ao feriado de Corpus Christi, a Pinacoteca retorna no sábado e domingo em horário especial, das 9h às 16h, apenas neste final de semana. Entre os visitantes da exposição estão escolas, proporcionando aos jovens muitas vezes a primeira oportunidade de estar em contato pessoalmente com obras de arte.
Esta semana, por exemplo, um grupo de estudantes da Instituto Padre Miguelinho, localizado no Alecrim, deslocou-se para uma aula in loco na Pinacoteca. A exposição consta de variadas linguagens e formatos: são 43 fotomontagens, 10 pinturas em tinta acrílica sobre tela, três videoartes, dois videodepoimentos, uma instalação, tudo isso distribuído em quatro salas confortáveis com ambientes intimistas. Uma experiência bastante agradável para os apreciadores da arte.
A temática é sempre o sertão, a caatinga e a vida simples do homem do campo. Inspirada no sertão nordestino, a exposição retrata a vida cotidiana dessa região de forma lúdica, porém com uma mistura de linguagens e diferentes estéticas.
O Castelo de Seu Zé dos Montes, localizado no município de Sítio Novo, está presente em diversas obras de arte. Um burrinho solitário, os vaqueiros cavalgando pela mata e o menino caído ao chão são algumas das peças feitas pelo artista, que demonstram a beleza do sertão e não apenas a aridez da terra seca.
Acerca das suas obras de arte e da experiência dos visitantes, o artista Azol declara: “não é apenas a representação pictórica de um espaço físico, mas a criação de uma experiência que coloca o observador dentro da imagem e o convoca a embarcar numa jornada poética”, conta. Apesar da riqueza de detalhes, cores, filtros e linguagens utilizadas pelo artista, as obras de arte que compõem a exposição foram produzidas em um período de, aproximadamente, um ano. No entanto, o trabalho de pesquisa feito por Azol sobre o sertão nordestino já dura 10 anos. Então, baseado nesse estudo, nas viagens ao Nordeste e conversas com o curador Marcus Lontra, o artista montou a exposição.
Azol, artista potiguar residente de São Paulo há quase 30 anos, com formação em Cinema e Artes Gráficas, se utiliza da fotografia, pintura, escultura, vídeo, colagem e de outras linguagens para desenvolver sua arte, que possui uma característica única. Além do Brasil, suas peças também já passaram por países como França e Estados Unidos.